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MICHELINE LAGE
( Minas Gerais – Brasil )
Micheline Madureira Lage nasceu em Itabira, MG, em 1971.
Possui graduação em Letras/Português pela Universidade Federal de Minas Gerais (1996), mestrado em Literatura Brasileira pela Universidade de Brasília (1999), doutorado em Educação pela Universidade Federal de Minas Gerais (2010). Atualmente é professora lotada no Departamento I, na área de Linguagens, Códigos e suas Tecnologias do IFG (Goiânia - GO). Foi Presidente da Comissão responsável pela criação do curso de Licenciatura em Letras/Português (língua materna e não materna) no IFG - Goiânia e a primeira coordenadora do curso (março de 2015 a março de 2017). No atual semestre é docente atuante no ensino superior com as disciplinas Teoria da Literatura, Literatura Brasileira, Literatura Infantil e Juvenil, Leitura e Produção Textual de Gêneros Acadêmicos. Tem experiência nas áreas de Letras e Educação, com ênfase em Literatura Brasileira. Suas pesquisas voltam-se para os seguintes temas: formação do leitor de literatura, a relação literatura/ensino, letramento literário e formação de professores de Letras (em português língua materna e não materna). É autora do livro "Ler sem doer: perspectivas para a leitura do texto literário no ensino médio" e também autora de livros de poesia e de literatura infantil. "Leitura em Braile" (poesia) e "O novo mundo da Luluca". (literatura infantil). É membro do NuMPEL - Núcleo Multicampi de Pesquisas e Estudos em Linguagem do IFG. Também é vinculada ao GPELL - Grupo de Pesquisa do Letramento Literário, que faz parte do Ceale - Centro de alfabetização, leitura e escrita, da FaE/UFMG.
É autora dos livros "Ler sem doer", "Leitura em Braile", "O mundo novo da Luluca" e "Mulher sem costela de Adão".
ANTOLOGIA ME 18. Mulheres Emergentes. Belo Horizonte: Anome Livros, 2007. 112 p. 14 x 205 cm Ex. bib. Antonio Miranda
ESCOMBROS
A Luísa, minha filha, que me deixou prenhe de luz
Na fazenda da vovó
os baús de velha madeira
guardavam os segredos das mulheres:
rendas, fitas, camisolas cheirando a ervas
e uma longa espera.
Saí de casa aos dezoito
e esconjurei toda entrega.
A vida é luta e não dá trégua.
Quando tive uma filha desmaiei.
O mundo rodou escuro.
Não sabia se capaz de amamentar.
De amar?
E hoje o melhor de mim
explode em leite, mel, sedas, rímel, canções de ninar,
bordados, tachos de cobre, artemísias, véu...
Fiei uma nova tessitura
Fiei na luta
Fiei na dor
No desamor
E, descobri, não muito tarde
Ser uma fêmea
Ser um bicho
Que lambe feridas
E, descobri, não muito tarde
Que só há prazer e vida
Na intensidade da entrega.
QUESTÃO DE OLHAR
A vida é um texto plural.
A vida é uma rima, menina.
Triste sina.
Amor.
Humor.
Depende só de retina.
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Página publicada em abril de 2022
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